Dando seguimento a novas experiências, passo dois domingos como vendedor de livros jurídicos antigos na Av. Paulista. Os motivos que me levaram a isso já expus no primeiro post da série (¿Hola! Que tal?: Um Domingo como Vendedor na Av. Paulista. Estudo de Caso). Em outra ocasião, experimentei vender apenas cerveja, com bilhetes da sorte (frases inspiradoras) e camisinhas (adquiridas em postos de Saúde) de brinde (Parte II – ¿Hola! Que tal?: Uma sexta à noite como Vendedor próximo à Rua Augusta / Av. Paulista. Estudo de Caso – II). Desta vez, decido, como disse, vender livros jurídicos antigos em dois domingos diferentes.
No primeiro domingo, vestia uma camiseta do Batman, uma bermuda e um tênis. Isto permitia um melhor contato com o público. As pessoas vinham e conversavam, trocavam ideias e até compravam melhor. Até disseram: “Gostei da camiseta!“.
Nesta ocasião, uma moça se encantou com as obras e levou várias. Infelizmente, eu não tinha dessa vez sacolas de plástico e, com isso, a pobre moça teve de ir embora com uma pilha de livros nos braços. Dessa vez, vendi livros para mais três fregueses. O dia rendeu, pois ao final sobrou apenas um exemplar.
Já no segundo, vestia uma camisa polo azul, calça jeans e sapatênis. Tal combinação não foi tão feliz. Isto porque a maioria das pessoas acreditava que eu era de fato um advogado vendendo livros. E assim mantinham o pé atrás e não conversavam tanto como da primeira vez.
Como exemplo, um pedestre olhou olhou e disse que era curioso o que eu estava vendendo. Perguntei o porquê. Ele respondeu justamente o fato de um advogado estar vendendo livros jurídicos. Apenas, assim, respondi: “Sim, meu caro! Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia.“. Por outro lado, um empresário de passagem me pediu recomendações sobre livros de contratos internacionais e, para tanto, me entregou um cartão de visita de sua empresa. Em tempo, até um recém-eleito deputado procurou trocar ideias comigo e se ofereceu para conversarmos com mais calma em outro momento.
Conclusão? A imagem influencia de fato as vendas. Sim, conclusão elementar. No primeiro momento, estava mais próximo do público (se vestia e falava sua língua). Já no segundo, por sua vez, mais distante, simplesmente, devido ao traje da ocasião. Isso sem mencionar que na primeira vez até garoou um pouco e desta última fez sol na maioria do tempo.
Resultado: na última vez, vendi para apenas um freguês. Ou seja, resumo da ópera: image matters!
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