¿Hola! Que tal?: Um Domingo como Vendedor na Av. Paulista.
Estudo de Caso
¿Hola! Que tal? Ciao, come stai? Salut, comment vas-tu? Good morning! Welcome to Brazil! To Bee or Not to Beer! Shake´s Beer!, cervejinha gelada! Uma é $5, duas é $3! Take me drunk! I’m home! Mas não se preocupe… Candy, candy, candy… Baby!, vai um donuts de caramelo? – “Não é possível viver dentro da civilização e fora da arte”. “Luz da passarela…”. “Olha que coisa mais linda! Mais cheia de graça! É ela…!”, um docinho pra adoçar sua vida? “Presidente! Diretor! Harvard Business Review, Exame…”. “Doutora! Executiva… Próxima Trajano! ¿Hola! Que tal? ”, Valor setorial?
– dentre uns e outros dentre frases proferidas e poucos escritos chamativos em cartazes! – na av. Paulista, 21 de outubro, domingo de sol, pela manhã e início da tarde e uma aventura épica como vendedor! De onde raios esse louco – deve estar se perguntando – tirou essa ideia?
Caro leitor, estimada leitora! Tive a ideia de vender na av. Paulista, por dois motivos. Me inspirei na série Merlì (Netflix) e também no estudo/pesquisa de um professor da USP realizado há algum tempo. Explico.
A série em pauta se trata de uma produção europeia, que se passa em Barcelona. Na verdade, um jeito leve e gostoso de aprender filosofia, assim como pelas obras literárias: “Simpsons e a Filosofia” e “O Mundo de Sofia”. Na série, Merlì (que leva o nome do professor de filosofia), cada episódio é sobre um filósofo. O Professor trata bem os alunos, inspirando-os e motivando-os e desafiando-os para se tornarem críticos e questionadores e mais humanos e menos materialistas, com métodos não ortodoxos (como nos clássicos filmes: “Sociedade dos Poetas Mortos” ou ainda: “O Sorriso de Monalisa”). O Professor da Série, assim, em um dos episódios, coloca os alunos para limparem a sala. Queria ver isso aqui no Brasil…, penso comigo. Será que daria certo? Bem, outro aspecto importante se trata do personagem Pol Rubio, um aluno pobre de família pobre, que precisa trabalhar para sobreviver e ajudar o pai já idoso em casa. Desse modo, trabalha numa fábrica, como atendente de bar, e até traficando maconha com os colegas de classe diante do desespero, até começar a trabalhar em um supermercado, oportunidade que não deixou passar. A série, então, é um prato cheio que serve um conjunto de relações humanas e conflitos sociais, um verdadeiro banquete para psicólogos, professores, filósofos, cientistas sociais e, claro!, a rapaziada jovem que aprende filosofia brincando, se divertindo!
Pois bem… O segundo motivo! Anos atrás, um Professor da USP de Psicologia se passou por lixeiro e descobriu que “invisibilidade pública” transforma pessoas. Fato! Alunos e outros professores passavam por ele sem percebê-lo, não o reconhecendo e, assim, nem mesmo o cumprimentava, dizendo um simples: “Oi!”. O mestre conviveu no dia-a-dia com lixeiros, alunos e outros professores, estes últimos outros professores e alunos que conviviam com ele nem o cumprimentavam, nem o reconheciam, passavam reto acreditando se tratar de um mero lixeiro.
Algumas Impressões…
Frases chamam a atenção! Pessoas param pra ler! Algumas pessoas simpáticas, retribuem a brincadeira… Outras mais sérias, passam reto… de nariz empinado! Isto de qualquer classe social. Tanto mais endinheirados quanto mais simples, ou levam na boa ou não estão nem aí!
– Bilhete da Sorte! (embora criativo, poucas pessoas se interessam).
Quanto às revistas, tinha algumas repetidas ou um pouco mais antigas que queria me desfazer… notei, no entanto, que é difícil vendê-las! Porém, percebi que chamam a atenção, atraindo curiosos que podem ser convidados a uma cervejinha ou doce…
Dentre as revistas, seleciono algumas que expus à venda:
– Playboys / Vip (Helen Ganzarolli da banheira do Gugu, Mirella Santos do Latino, Letícia Birkheuer e outras)
– Super Interessante (Contos Infantis);
– Revista Exame Especial sobre Imóveis;
– Revista Valor Setorial (Infraestrutura / Empresas mais inovadoras);
– Revista Jurídica – Reforma Trabalhista;
– Revista Harvard Business Review (Gestão de Talentos e outra sobre CEOs).
As playboys e vips causavam certa tensão entre casais de namorados… e certo espanto, “Nossa! A Fulana do Latino…!”.
As HBrs/Valor; Exame & Jurídica eram mais observadas discretamente por senhores mais velhos, com ar de “executivos aposentados”.
Um de tais senhores bateu um papo comigo “em inglês” – em inglês disse: “suas playboys não vendem! Basta ver as fotos na Internet!” Respondi, em inglês: “Tem entrevistas interessantes e contos eróticos que não estão na net!”. “São revistas artísticas…!”, digo. “Ah! Então, você quer falar sobre arte!”… Anyway!
Apesar disso, como disse, chamavam a atenção e, assim, podia oferecer cervejas e doces! Que venderam relativamente bem!
Um outro senhor, um corretor de imóveis tirou uma foto da frase exposta: “To beer or… Shakes’s beer!” – e me ofereceu um folder de venda de apartamento na região.
Outros transeuntes também marcaram presença! Tatuador com namorada, Casais de Namorados (heteros e homos), “Gringos”, Amarelos, Negros, Judeus, Árabes e outros.
Cervejas, doces, revistas e vamos em frente!
Os expositores aos meus lados também muito simpáticos! De um lado, um casal de namorados vendendo plantas, e de outro, uma família de Japoneses com arte e quadros.
Os japoneses me chamaram de fato a atenção! Estavam ali somente para divulgar seu negócio e depois fazer vendas por e-commerce, além de observar o público. Para eles, “Vender no dia é lucro!”.
Enfim! Depois dessa fantástica experiência enriquecedora, recuperei o investimento inicial e ainda pude tomar um café com sorvete depois do almoço, já um pouco mais tarde! Mas… E agora? “To Beer or Not To Beer?” – Cerveja, amendoim e Jogo do Timão!
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